sábado, 31 de março de 2012

Once Upon A Time.


Se você quer que seu filho seja brilhante conte a ele contos de fadas. Se você o quer muito brilhante, conte-lhe ainda mais contos de fadas.

[Albert Einstein]
via roda-gigante.blogspot.com.br 

Reescrevendo:


Se você quer que seu filho seja brilhante coloque um episódio de "Once Upon A Time" para ele assistir. Se você o quer muito brilhante, coloque a 1° temporada inteira. Se você o quer muito, muito brilhante, assista com ele.


Uma delícia de ver.

domingo, 25 de março de 2012

O menino que carregava água na peneira

.

Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino 
que carregava água na peneira.

A mãe disse que carregar água na peneira 
era o mesmo que roubar um vento e sair 
correndo com ele para mostrar aos irmãos.

 A mãe disse que era o mesmo que 
catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso.

O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.

A mãe reparou que o menino 
gostava mais do vazio 
do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores 
e até infinitos.

Com o tempo aquele menino 
que era cismado e esquisito 
porque gostava de carregar água na peneira
.
Com o tempo descobriu que escrever seria 
o mesmo que carregar água na peneira.

No escrever o menino viu 
que era capaz de ser 
noviça, monge ou mendigo 
ao mesmo tempo.

O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.

Foi capaz de interromper o vôo de um pássaro 
botando ponto final na frase.

Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.

O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor! 
A mãe reparava o menino com ternura.

A mãe falou: Meu filho você vai ser poeta. 

Você vai carregar água na peneira a vida toda.

Você vai encher os
vazios com as suas 
peraltagens
e algumas pessoas 
vão te amar por seus 
despropósitos.

[Manuel de Barros]

quinta-feira, 22 de março de 2012

Conversa vai, conversa vem.

.
Conversa vai, conversa vem, alguém na nossa roda de amigos por algum motivo no contexto das conversas aleatórias que se formaram citou a frase: Síndrome de Estocolmo. Eu não fazia parte dessa conversa como ouvinte ativa, mas minha antena estava ligada. Foi ai que registrei: pesquisar depois. Psicologia sempre me aguçou os sentidos. 


Eis a definição da síndrome:

"A Síndrome de Estocolmo é um estado psicológico particular desenvolvido por algumas pessoas que são vítimas de sequestro, em cenários de guerra, sobreviventes de campos de concentração, pessoas que são submetidas a prisão domiciliar por familiares e também em vítimas de abusos pessoais, como mulheres e crianças submetidas a violência doméstica e familiar. A síndrome se desenvolve a partir de tentativas da vítima de se identificar com seu captor ou de conquistar a simpatia do sequestrador. É comum também no caso de violência doméstica e familiar em que a mulher é agredida pelo marido e continua a amá-lo e defendê-lo como se as agressões fossem normais

É importante observar que o processo da síndrome ocorre sem que a vítima tenha consciência disso. A mente fabrica uma estratégia ilusória para proteger a psique da vítima. A identificação afetiva e emocional com o sequestrador acontece para proporcionar afastamento emocional da realidade perigosa e violenta a qual a pessoa está sendo submetida. Entretanto, a vítima não se torna totalmente alheia à sua própria situação, parte de sua mente conserva-se alerta ao perigo e é isso que faz com que a maioria das vítimas tente escapar do sequestrador em algum momento, mesmo em casos de cativeiro prolongado."

Li sobre o mal, conheci alguns exemplos reais presentes na literatura; e então, comecei a me perguntar se muitos de nós não sofremos de uma leve síndrome de Estocolmo adquirida diariamente. Espera, deixa eu explicar meus pensamentos. Quando nos acostumamos com o que, ou com quem nos faz mal, quando engolimos sorrindo fatos que vão contra o que realmente acreditamos, quando nos escondemos e perdemos a noção do que é certo é do que é errado. Quando nos perdemos de nós e muitas vezes nem pensamos em nos procurar, acredito eu; que estamos sofrendo do mal de Estocolmo. Acredito que estamos andando de mãos dadas com o inimigo. A noção geral desse estado psicológico pode ser aplicada aos simples mortais que não passaram por sequestros, guerras, abusos; mas que passam pela vida. Todos os dias. 

terça-feira, 13 de março de 2012

Fato.

.
Criatividade é tudo na vida. Bom humor, também.

terça-feira, 6 de março de 2012

domingo, 4 de março de 2012

"Toda a minha saudade, e o meu amor de sempre."

.

Quando o enterro passou
Os homens que se achavam no café
Tiraram o chapéu maquinalmente
Saudavam o morto distraídos
Estavam todos voltados para a vida
Absortos na vida
Confiantes na vida.
Um no entanto se descobriu num gesto largo e demorado
Olhando o esquife longamente
Este sabia que a vida é uma agitação feroz e sem finalidade
Que a vida é traição
E saudava a matéria que passava
Liberta para sempre da alma extinta.

[Manuel Bandeira - Momento Num Café]