sábado, 29 de maio de 2010

[El Monstro]

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Uma cena que pulou na minha frente:

Haviam 11 televisões expostas (tive o cuidado de contar).

O caos, a preocupação, o medo, a dor, a raiva, a confusão, a imagem de um dia ruim; tudo estava presente no canal exibido nas 10 televisões. As percentagens atiravam na 'realidade' da grande maioria das Tvs. Mas, o alvo dos faróis dele não eram elas. Apertou o off, se é que viu o controle.

Ah..., a televisão restante: Um desenho animado. Daqueles coloridos, inocentes; que fazem bem, sabe?!
O fez sorrir, sorrir bonito.
Só havia uma televisão pros olhos dele.
Só uma.

[N. Ferrarezi]

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Me valeu o Dia, depois de um presente especial.


"(...)Eu creio que quando Deus não lhe dá um milagre,
você é um milagre de Deus para a salvação de outra pessoa."
(ou para a sua própria, acredito.)

[Palavras de
Nick Vujicic]

terça-feira, 25 de maio de 2010

Como coisas pequenas nos afetam, tão a sério. Que Bobeira.! Que humano.

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Eu já me perguntei
Se o tempo poderá
Realizar meus sonhos e desejos
Será que eu já não sei por onde procurar
Ou todos os caminhos dão no mesmo
E o certo é que eu não sei o que virá
Só posso te pedir que nunca se leve tão a sério
Nunca se deixe levar
Que a vida é parte do mistério
É tanta coisa pra se desvendar

Por tudo que eu andei e o tanto que faltar
Não dá pra se prever nem o futuro
O escuro que se vê
Quem sabe pode iluminar os corações perdidos sobre o muro
E o certo que eu não sei o que virá
Só posso te pedir que nunca se leve tão a sério
Nunca se deixe levar
Que a vida
A nossa vida passa
E não há tempo pra desperdiçar.

[Lenine - Todos os Caminhos]
[Compositores: Lenine - Dudu Falcão ]

domingo, 23 de maio de 2010

[Só isso.]

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É preciso ter Fé naquele abraço.
É preciso ter Fé naquele espelho, espelho meu.
É preciso ter Fé nos pés.
É preciso ter Fé que nos dias finais do mês, os dias do início do mês já estão atrás das cortinas.
É preciso ter Fé no espetáculo.
É preciso ter Fé que depois do vermelho a cor azul sempre aperece.
É preciso ter Fé que nos dias cinzentos, o sol tirou um descanso.
Só isso.
É preciso ter Fé naquele beijo.
É preciso ter Fé que nos dias de olhos molhados, os lábios e os dentes sairam prum encontro.
Só isso.
É preciso ter Fé naquele olhar.
É preciso ter Fé no que te faz feliz.
É preciso ter Fé que depois da segunda - feira é a terça.
É preciso ter Fé como combustível pros olhos acenderem.

Na verdade, as pessoas tinham que começar a perguntar umas pras outras:
"Ei, você não tem Fé na cara?"

[N. Ferrarezi]

sábado, 22 de maio de 2010

[...flores de plástico não morrem]

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Olhei até ficar cansado de ver os meus olhos no espelho
Chorei por ter despedaçado as flores que estão no canteiro
Os punhos e os pulsos cortados
E o resto do meu corpo inteiro
Há flores cobrindo o telhado
Embaixo do meu travesseiro
Há flores por todos os lados
Há flores em tudo o que eu vejo
A dor vai curar essas lástimas
O soro tem gosto de lágrimas
As flores tem cheiro de morte
A dor vai fechar esses cortes
(...)
As flores de plástico não morrem

[Titãs - Flores]
Compositores: Charles Gavin, Tony Bellotto, Paulo Miklos e Sérgio Britto

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Que mania besta de querer ser diferente...

. (...)
Com o mundo nas costas
E a cidade nos pés
Pra que sofrer se nada é pra sempre?
Pra que correr
Se nunca me vejo de frente
Parei de pensar e comecei a sentir
Nada como um dia após dia
Uma noite, um mês
Por que se preocupar por tão pouco?
Por que chorar
Se amanhã tudo muda de novo?
(...)

[Capital Inicial - Olhos Vermelhos]
Compositores: Dinho Ouro Preto / Alvin L

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Descoberta: Verônica Heiss.

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Talvez eu nunca entenda o real sentido das borboletas no estômago, da boca seca e joelhos frágeis. Ou talvez nunca seja a palavra mais ridícula do dicionário; e eu sei do poder que as palavras exercem sobre mim. A verdade é que sempre me esquivei de qualquer pequena possibilidade. Sempre tive medo de gostar e ser deixada. Porque veja bem, de primeiras impressões o mundo está cheio. E logo meu primeiro coraçãozinho na agenda, ficou partido quando menos se esperava. Eu tive todos os motivos pra acreditar num sentimento que logo se foi; e foi sem me levar. Cansei de ouvir que eu não me deixo levar, que eu não me abro e não dou espaço. Disso eu sei. Eu só queria ter aprendido no colégio como mudar os defeitos que vêm na fabricação. Minha frieza de visão só me faz ver defeitos e faltas. Eu não sinto. Eu não me abalo. Eu sei o que vai acontecer e não me surpreendo. Eu acho graça do esforço e da boa vontade, mas isso é muito triste pra mim. É como se eu me assistisse de fora o tempo todo, tendo consciência de cada passo, cada sorriso, cada palavra. É como se eu fosse plateia da minha própria solidão. Se ao menos eu pudesse ter a certeza de que isso um dia vai mudar... Sinto falta e medo. Talvez nunca ame, talvez seja nova demais pra dizer isso. Quero o frio na barriga, a emoção de primeiros encontros. Quero escrever mais que palavras de desculpas, textos sobre finais sem final; quero mais que arrumar coragem pra terminar. Quero coragem pra começar.

[Verônica Heiss]

"(...) a vida é assim (...). O que ela quer da gente é coragem."

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Desconfio que a Sra. Mudança e o Sr. Novo
Tenham vindo me visitar.
Semana passada.
Talvez tenham descoberto meu endereço.
Só talvez.
Paralisei só de pensar que podiam ser ELES.
Demorei pra atender.
Não sabia como recebê-los.
Não sabia o que fazer.
O que falar.
Quando tomei uma pseudo coragem, fui até a porta.
Demorei mais um pouco.
Caso pensado.
E então, percebi que já tinham partido.
Silêncio.
Alívio.
Dai respirei.
E abri a porta.
Mas, fechei logo.
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( Medrosa.)

[N. Ferrarezi]

terça-feira, 18 de maio de 2010

Quando as palavras surgem, melhor expô-las logo; ou, elas vão embora, perdem a lucidez. Tudo porque outras chegam apressadas, ofegantes e com excesso de vida. Pensamentos envelhecem rápido demais.

Trago hoje, pensamentos velhos:

'Meu', como é dificil descrever o dia da ressaca. Traduzir dias, e dias posteriores a ela é moleza. Falar sobre o dia da farra, então; simples. O dia em si não inspira, não dá poesia que vende.

Tenho usado bastante a expressão "meu", talvez inconscientemente tenho procurado por algo MEU de verdade, mesmo que eu nao saiba disso. Coisas soltas demais vão embora, elas se cansam de terem espaço demasiado. Assim como algumas necessitam voar, ficam entediadas por estarem presas. E vice-versa, depois; e versa-vice, em seguida.


[N. Ferrarezi]

sábado, 8 de maio de 2010

(...) o corpo pede um pouco mais de alma

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para

Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara

Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
E o mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência

Será que é o tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara
(...)


[Lenine - Paciência]

segunda-feira, 3 de maio de 2010

O meu coração tem asas, a minha razão anda a pé. É difícil aprisonar os que têm asas. [Fernanda Mello e Caio F.]

(...)Eu queria que não fosse assim, que não tivesse sido assim. Mas não consegui evitar. A semente recusava-se a vir à tona, eu nem sempre tinha tempo ou vontade de regá-la, e não chovia mais – foi isso que aconteceu.

E te cuida, por favor, te cuida bem. Qualquer poço mais escuro, disque... Eu posso pelo menos ouvir. Não leve a mal alguma dureza dita. É porque te quero claro.

Um beijo...

[Trecho de 'Cavalo branco no escuro' e 'Carta ao Zézim' - Caio Fernando Abreu]

sábado, 1 de maio de 2010

Um presente especial lido no Dia do Trabalho. Minha Jornalista Preferida.

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Eu achei, sim, uma nova amiga. Mas você sai perdendo. Sou uma pessoa insegura, indecisa, sem rumo na vida, sem leme para me guiar: na verdade não sei o que fazer comigo. Sou uma pessoa muito medrosa. Tenho problemas reais gravíssimos que depois lhe contarei. E outros problemas, esses de personalidade. Você me quer como amiga mesmo assim? Se quer, não me diga que não lhe avisei. Não tenho qualidades, só tenho fragilidades. Mas às vezes [...] tenho esperança. A passagem da vida para morte me assusta: é igual como passar do ódio, que tem um objetivo e é limitado, para o amor que é ilimitado. Quando eu morrer (modo de dizer) espero que você esteja perto. Você me pareceu uma pessoa de enorme sensibilidade, mas forte.

Você foi o meu melhor presente de aniversário. Porque no dia 10, quinta-feira, era meu aniversário e ganhei de você o Menino Jesus que parece uma criança alegre brincando no seu berço tosco. Apesar de, sem você saber, ter me dado um presente de aniversário, continuo achando que o meu presente de aniversário foi você mesma aparecer, numa hora difícil, de grande solidão.

Precisamos conversar. Acontece que eu achava que nada mais tinha jeito. Então vi um anúncio de uma água de colônia da Coty, chamada Imprevisto. O perfume é barato. Mas me serviu para me lembrar que o inesperado bom também acontece. E sempre que estou desanimada, ponho em mim o imprevisto. Me dá sorte. Você, por exemplo, não era prevista. E eu imprevistamente aceitei a tarde de autógrafos.

Sua, Clarice.

[Carta de Clarice Lispector para Olga Borelli]